A inadimplência das empresas atingiu o maior nível em um primeiro semestre desde 2009. Segundo a Serasa Experian, nos primeiros seis meses de 2012 o índice cresceu 16,5%. Na relação entre junho de 2012 e igual mês de 2011, também houve alta, de 11,4%. No entanto, na comparação entre maio e junho, houve queda de 5,7%.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, esse comportamento de queda na comparação mensal ocorreu por conta do recuo na inadimplência do consumidor. Como grande parte das empresas brasileiras, considerando as de pequeno e médio portes, estão no varejo e no setor de serviços, elas transacionam diretamente com o consumidor e refletem rapidamente esse movimento.
Outro fator para esta queda em junho é a base de comparação elevada em maio (9,4%). Além disso, também contribuiu para redução no mês a menor quantidade de dias úteis em junho.
Outro motivo é de que as empresas vêm retração da atividade econômica doméstica; contas a receber comprometido, em decorrência da inadimplência do consumidor e de empresas clientes; linhas de crédito para capital de giro mais seletivas, dada a inadimplência alta e a maior percepção de risco no crédito; crescimento das obrigações financeiras, considerando a desvalorização do real e o fato de que muitas pessoas jurídicas que têm dívidas no exterior agora devem mais em moeda nacional. Por fim, também a exportação mais difícil, como consequência dos principais mercados externos estarem com baixo crescimento ou recessão.
Nos seis primeiros meses de 2012, as dívidas não bancárias (fornecedores, cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) tiveram um valor médio de R$ 775,08, o que representou um crescimento de 4,3% ante igual período de 2011.