A sigla ESG significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança) e está diretamente relacionada à gestão de negócios empresarial, tendo em vista que utiliza critérios para definir se a organização possui o que chamamos de sustentabilidade empresarial.
O conceito de ESG pode ser utilizado para indicadores internos ou externos de uma organização. Internamente embasam o posicionamento público e estratégia de atuação da organização. Externamente é capaz de avaliar parâmetros de desenvolvimento das empresas, incluindo até avaliação de investimentos por terceiros, tendo em vista esses três pilares que compõe o ESG.
A letra “E” de ESG traduzida para o português significa ambiental, de modo que as estratégias da empresa engajada com a temática deverão estar alinhadas com questões do meio ambiente. Isso significa tão somente estar em conformidade com a emissão das devidas licenças ambientas e descarte regular do lixo? Não! Embora muitos pensem que as questões ambientais se restrinjam somente a isso, o universo do ESG vai muito além.
Isso porque se faz necessário que os projetos da organização, políticas, conduta, investimentos, fornecedores e cultura estejam inteiramente alinhados as questões de sustentabilidade. Para tanto, quando falamos em questões ambientais dentro do ESG, o tema engloba a redução de impactos negativos ao meio ambiente e ações de conservação.
O indicador ambiental engloba alguns parâmetros que devem ser observados pela organização, a saber: gestão de resíduos, uso de fontes de energia renováveis, gestão de recursos hídricos, preservação de biodiversidade, política de desmatamento, aquecimento global, pegada de carbono e entre outros.
Nesse sentido, as estratégias tomadas pela organização devem estar sempre alinhadas com os parâmetros citados, incluindo nas ações direcionadas aos colaboradores, que fazem parte dessa conjuntura.
No Brasil, os indicadores de ESG crescem cada dia mais e o mercado vem considerando esses critérios para fins investimentos e gestão de riscos. Para uma organização estar ranqueada dentro do índice de ESG, faz-se necessário que esteja na Bolsa de Valores, ou que caminhe para tanto.
Entretanto, as práticas de ESG, se impõem necessárias ainda que a organização não esteja dentro desses critérios, isto porque, ao aderir à agenda ESG, a organização fideliza clientes e fornecedores que já estejam engajados com o tema, garante maior transparência ao mercado, melhores investimentos e economiza de custos internos.
É muito comum as empresas ao fecharem contratos com outros fornecedores ou parceiros comerciais, se depararem com cláusulas que integram as práticas de ESG. Ao assinar esses contratos e não estarem de fato com as medidas implementadas, as empresas correm sérios riscos relacionados à rescisão contratual por justa causa, aplicação de multa, prejuízo financeiro e principalmente reputacional.
De fato, para as empresas que já possuem programas de compliance e gestão de riscos estruturados e bem alinhados internamente, inserir os critérios relacionados ao ESG costuma ser um pouco mais fácil, isto porque, existe uma maturidade maior para tratar de questões de conformidade.
Para tanto, é essencial que o engajamento com o meio ambiente seja voltado inclusive na produção de seus produtos, fornecimento de materiais, utilização de maquinários mais sustentáveis, utilização de recursos hídricos e de energia com mais sustentabilidade, garantindo, dessa forma, uma caminhada em direção aos indicadores ambientais do ESG.
Assim, adoção dos critérios ambientais do ESG traz muitos benefícios para uma organização e, claro, para o meio ambiente como um todo ao tratarmos da primeira letra da sigla, o “E” do ESG. Para tanto, é essencial que a empresa esteja verdadeiramente engajada com as questões ambientais que compõem a pauta desta agenda, com uma equipe especializada no tema e atenta com a implementação da cultura ambiental.
Por Laura Nanini Batista
Advogada do Direito Digital da Lopes & Castelo Sociedade de Advogados