Durante décadas, empresários e executivos buscaram tecnologias capazes de reduzir custos, aumentar produtividade e ampliar margens. Acredito que a digitalização, a automação e a análise de dados foram passos importantes nesse caminho.
Mas estamos em 2025, muita coisa avançou, e o que separa as empresas tradicionais daquelas preparadas para o futuro já possui nome e sobrenome, chama-se Inteligência Artificial Generativa.
Diferente das ferramentas de automação convencionais, que apenas repetem comandos pré-programados, a GenAI cria, interpreta e propõe soluções. É de fato uma tecnologia que não apenas executa, mas podemos dizer que “pensa junto”, alimentada por dados em escala quase ilimitada, que muda o jogo em praticamente todos os departamentos de uma organização.
No marketing, por exemplo, já é usada para elaborar campanhas inteiras em questão de horas, ajustando mensagens para diferentes perfis de consumidores, testando versões e antecipando comportamentos de compra. Ela é capaz de gerar imagens, textos e roteiros publicitários com precisão cirúrgica, algo que antes demandava equipes numerosas e prazos longos. O resultado disse se traduz em agilidade, redução de custos e maior assertividade.
No departamento financeiro, atua na análise de fluxo de caixa, projeções de cenários e simulações. Processa volumes imensos de dados contábeis, fiscais e financeiros, identifica inconsistências, sugere estratégias de otimização e até participa da modelagem de riscos. Em tempos de margens estreitas, trata-se de uma aliada poderosa para CFOs que precisam tomar decisões rápidas e embasadas.
As áreas jurídica e de compliance também não ficam de fora, a GenAI já auxilia na revisão de documentos, na pesquisa de jurisprudências e na elaboração de documentos complexos. Mais que isso, cria alertas em tempo real sobre riscos regulatórios e ajuda a prevenir litígios, tornando-se uma ferramenta estratégica para escritórios e departamentos jurídicos.
No departamento de recursos humanos, o impacto também é visível, ferramentas generativas apoiam processos seletivos, analisando perfis de candidatos com base em múltiplos critérios, e auxiliam na criação de programas de treinamento personalizados. Mais do que reduzir etapas burocráticas, a IA contribui para construir ambientes de trabalho mais ágeis, inclusivos e estratégicos.
Mas não é apenas no nível departamental que a transformação se manifesta. Cada setor da economia encontra aplicações distintas e igualmente revolucionárias. Nas indústrias, a GenAI é usada para projetar peças, simular linhas de produção e antecipar falhas em máquinas, reduzindo drasticamente custos de manutenção e paradas inesperadas. Ela também colabora no desenvolvimento de novos produtos.
No comércio, especialmente no varejo, a inteligência generativa redefine a experiência do consumidor. Plataformas são capazes de sugerir produtos personalizados em tempo real, criar descrições únicas para cada item e até ajustar preços dinamicamente conforme demanda e concorrência. É a personalização em escala, algo que parecia impossível até poucos anos atrás.
No setor de serviços, os ganhos se espalham por todas as áreas, tais como, atendimento ao cliente com chatbots capazes de compreender nuances de linguagem e resolver demandas complexas, relatórios estratégicos gerados automaticamente em consultorias, diagnósticos médicos mais rápidos e precisos na saúde. A GenAI amplia o alcance, a velocidade e a qualidade do que antes dependia exclusivamente da força humana.
É evidente, no entanto, que tamanho poder exige cautela. A implementação sem governança pode gerar riscos jurídicos, falhas éticas e exposição desnecessária de dados. Por isso, a GenAI precisa ser encarada não como uma moda tecnológica, mas como uma estratégia empresarial de longo prazo, que demanda planejamento, integração com os sistemas já existentes e treinamento das equipes.
O que está em jogo não é apenas eficiência, é a própria competitividade. Assim como a internet nos anos 2000 e os smartphones na década seguinte, a GenAI não é mais uma promessa distante, mas um padrão de mercado que se instala rapidamente. As empresas que entenderem isso cedo terão não apenas vantagem competitiva, mas também a chance de reescrever sua forma de operar, inovar e se relacionar com clientes.
No fim das contas, a questão que deve ecoar nas salas de conselho não é “será que essa tecnologia serve para nós?”, mas sim “como podemos aproveitá-la, de forma responsável e estratégica para transformar nosso negócio hoje?”.
O futuro já não é um horizonte a ser alcançado. Ele está diante de nós, generativo, acelerado e inescapável.
Sua empresa, seu negócio, sua atividade já estão fazendo uso da IA no dia a dia? Comente sua experiência.

Por Luis Castelo
Advogado Sócio-Fundador Lopes & Castelo Sociedade de Advogados