A inteligência artificial (IA) vem sendo utilizada cada dia mais em diversos setores do mercado. No ambiente corporativo, a IA Generativa, que é capaz de criar textos, imagens, músicas, fórmulas, classificações, áudio e vídeos, se torna mais presente nas rotinas empresarias.
Dentre o uso da IA Generativa, temos o mais conhecido ChatGPT, lançado no final de novembro de 2022 e com apenas dois meses de lançamento já tinha 100 milhões de usuários. Por meio de um sistema de banco de dados, a ferramenta fornece informações e interage com os usuários.
O uso da IA generativa pode ser um facilitador nas dinâmicas de trabalho, entretanto, existem alguns cuidados que devem ser observados, tendo em vista os dados que são inseridos na ferramenta para que seja dada uma solução. Para tanto, cabe aos usuários e, no caso em tela, os colaboradores que utilizam essas ferramentas, se atentarem para questões de privacidade.
A exemplo disso, temos o caso da Samsung, que no ano passado proibiu o uso de ferramentas de IA Generativa, após uma equipe da companhia inserir um código-fonte da empresa na ferramenta.
Nesse sentido, as empresas precisam entender qual a postura querem adotar, vedando o uso, como no caso da Samsung, ou considerando que a IA Generativa como um facilitador no ambiente de trabalho com uso regulado internamente na companhia.
Para tanto, uma Política Interna de Uso de Inteligência Artificial Generativa se faz muito importante para estabelecer diretrizes do uso ético e seguro dessa ferramenta pelos colaboradores da empresa, ou até vedando formalmente sua utilização. Com isso, é possível definir quais dados podem ou não ser inseridos na ferramenta, garantindo maior proteção aos dados em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e evitando exposição de segredos empresariais; estabelecer procedimentos de monitoramento, definir profissionais chaves responsáveis para tratar sobre o tema e implementar mecanismos de conscientização, como treinamentos periódicos.
Antes de tudo, é necessário que a empresa avalie se deseja permitir ou não o uso internamente dessas ferramentas, compreendendo eventuais riscos relacionados ao fato de não ter diretrizes claras sobre o uso da IA Generativa no ambiente de trabalho.
Assim, é essencial que haja transparência entre os colaboradores e a empresa para um uso seguro da IA Generativa. Às empresas cabe entender os benefícios que o uso da ferramenta pode garantir nas atividades de trabalho e avaliar se permitirá ou não a utilização, estabelecendo diretrizes específicas e programas de conscientização. Por sua vez, aos colaboradores que utilizam a feramente, devem garantir utilizar a ferramenta como um facilitador de atividades, sem expor segredos da empresa, seguindo as diretrizes criadas.
Por Laura Nanini Batista
Advogada do Direito Digital da Lopes & Castelo Sociedade de Advogados