O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que estuda novas reduções na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para setores da indústria instalados no Estado. O anúncio veio após encontro com sindicalistas e industriais que preparam manifestação na capital paulista contra a desindustrialização. “Em 2011 reduzimos de 18% para 12% o ICMS dos setores naval, aeronáutico, calçadista, de couro e álcool, e para 7%, do têxtil. Entre os setores analisados para novas reduções está o de papel e celulose”, afirmou.

Alckmin disse que está preocupado com o processo de desindustrialização vivido no Estado. Segundo ele, a receita de ICMS das importações no Estado cresceu 15,8% na comparação entre janeiro de 2012 e o mesmo mês do ano passado, enquanto o recolhimento de ICMS da indústria caiu 0,9% na mesma comparação. “Isso é muito importante porque é a indústria de transformação que agrega valor e paga bons salários.” O governador criticou a chamada guerra dos portos e ressaltou a importância em aprovar a Resolução 72 para “evitar o absurdo do estímulo à importação em alguns Estados”.

Os organizadores da manifestação contra a desindustrialização esperam 100 mil pessoas no ato, marcado para a Assembleia Legislativa, dia 4 de abril. “A prefeitura dará as condições necessárias para que o movimento tenha visibilidade”, disse o prefeito Gilberto Kassab (PSD). “A perda de competitividade faz com que o Brasil dependa mais de outros países e isso gera redução de emprego. Essa é a razão de nosso apoio”, disse ele.

“O movimento de desindustrialização foi muito longe. Não podemos ficar parados”, disse Humberto Barbato, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), ressaltou a importância do setor. “O melhor emprego é o da indústria manufatureira. É ela que gera tecnologia e promove desenvolvimento.”

Na semana passada, o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, e outros sindicalistas foram recebidos pela presidente Dilma Rousseff para tratar do tema, mas ele disse que o encontro fracassou. Segundo ele, há sinalização de esforços por parte do poder público para combater o avanço das importações, mas faltam medidas mais eficazes e ágeis. Outras manifestações serão realizadas no país: dia 26, em Porto Alegre; dia 28, em Florianópolis; e no dia 13 de abril, em Manaus.

Fonte: Valor Econômico

Por Carlos Giffoni

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